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PATRONOS

ATHEARTE

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Catulo da Paixão Cearense

Nasceu em São Luís do Maranhão, em 8 de outubro de 1863, filho de Amâncio José Paixão Cearense, que era natural do Ceará e Maria Celestina Braga, natural do Maranhão. Mudou-se com a família para o Rio em 1880, quando contava com 17 anos de idade. Naquela cidade trabalhou como relojoeiro e teve a oportunidade de conhecer  vários cantores e compositores da época, como Anacleto de Medeiros e Viriato Figueira da Silva, quando se iniciou na música. Totalmente integrado nos meios boêmios da cidade, associou-se ao livreiro Pedro da Silva Quaresma, proprietário da Livraria do Povo, que passou a editar em folhetos tipo Cordel, o repertório de modismos da época.

Aos 19 anos, Catulo da Paixão Cearense interrompeu os estudos e abraçou o violão, instrumento que naquela época era frequentava os lares mais modestos. Iniciante tocador de flauta, a trocou pelo violão pois, assim, podia cantar suas modinhas. Ele é responsável por introduzir o violão nos salões da alta sociedade carioca. Nesse tempo passou a escrever e cantar modinhas como "Talento e Formosura", "Canção do Africano" e "Invocação a uma estrela". Catulo da Paixão Cearense passou a organizar coletâneas, entre elas O cantor fluminense e O cancioneiro popular, além de obras próprias. Vivia despreocupado, pois era boêmio, e morreu na pobreza. Em algumas composições teve a colaboração de alguns parceiros: Anacleto de MedeirosErnesto NazarethChiquinha GonzagaFrancisco Braga e outros. Catulo casou-se, aos 21 anos, com Hermelinda Aires da Silva, na Igreja Matriz de São João Batista da Lagoa, em 27 de Setembro de 1885.

Catulo foi autodidata e costumava dizer que "Aprendi musica, como aprendi a fazer versos, naturalmente". Suas primeiras letras foram ensinadas por sua genitora e toda sua grande cultura foi adquirida em livros que comprava e por sua franquia à Biblioteca do Senado do Império, por ser professor dos filhos do Conselheiro Gaspar da Silveira. Em 1908, deu uma audição no Conservatório de Música.

Suas mais famosas composições são Luar do Sertão (em parceria com João Pernambuco), de 1914, que na opinião de Pedro Lessa é o hino nacional do sertanejo brasileiro, e a letra para Flor Amorosa, que havia sido composta por Joaquim Calado em 1867. Também é o responsável pela reabilitação do violão nos salões da alta sociedade carioca e pela reforma da "modinha".

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O seu endereço em Engenho de Dentro, afundada no meio do mato era histórica. Ali recebia seus admiradores, escritores estrangeiros, acadêmicos nacionais, sempre com banquetes de feijoada o parati e nunca servia o champanhe por mais ilustre que fosse o visitante. De tão humilde, as paredes de sua casa eram lençois e sempre que previa a presença de pessoas importantes, dizia para a mulata, por ele considerado a verdadeira dona de casa. "Cabocla, lave as paredes amanhã, que domingo vem gente!"

Catulo morreu aos 83 anos de idade, em 10 de maio de 1946, na rua Francisca Meyer nº 78, casa 2. Seu corpo foi embalsamado e exposto a visitação pública até 13 de maio, quando desceu a sepultura no cemitério São Francisco de Paula, no Largo do Catumbi, ao som de "Luar do Sertão".

Bibliografia

  • 1918 - Meu Sertão (Poesias)

  • 1923 - Chôros ao Violão Novíssima e Escolhida Coleção de Modinhas Brasileiras Contendo

  • 1924 - Sertão em Flor

  • 1927 - O evangelho das aves

  • 1939 - O Sol e a Lua

  • 1946 - Fábulas e Alegorias

  • 1965 - Luar do Sertão e Outros Poemas Escolhidos

Discografia

  • 195? - "Catullo, o poeta do sertão" (Sinter • LP)

  • 195? - Luar do Sertão (Sinter • 33/10 pol.)

  • 1960 - Catullo (RCA Victor • 33/10 pol.)

Peças de Teatro

  • “Um Boêmio no Céu

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